Notícias

Depois de cinco anos, transação tributária é elogiada, mas enfrenta novos desafios

Por: Dia a Dia Tributário - 30 de setembro de 2025

transação tributária permaneceu por mais de meio século no papel. O artigo 171 do Código Tributário Nacional de 1966 já autorizava a União, os estados e os municípios a, mediante lei específica, firmar acordos para extinguir litígios tributários com concessões recíprocas. A virada para a realidade veio há apenas cinco anos, com a Medida Provisória 899/2019, e, depois, com a edição da Lei 13.988/2020. Em meio à pandemia, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) trocou um contencioso quase irrecuperável por acordos calibrados à capacidade real de pagamento do contribuinte.

Desde 2020, foram firmadas mais de 650 mil operações de transação tributária, abrangendo desde grandes conglomerados até micro e pequenas empresas. O montante negociado já ultrapassa R$ 500 bilhões em débitos transacionados. É um cenário bem diferente do anterior, no qual imperava a resistência histórica à transação. A oposição ao mecanismo geralmente estava ligada à leitura rígida do princípio da indisponibilidade do interesse público aplicada ao crédito tributário, a ideia de que o gestor não dispor livremente daquele crédito. Qualquer proposta que envolvesse redução nominal do crédito era rechaçada sob o argumento de renúncia fiscal indevida.

Para João Grognet, procurador-geral adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União e do FGTS, houve um processo de amadurecimento tanto diante dos problemas dos programas anteriores quanto da própria tarefa de implementar uma política pública baseada em dados. “É um trabalho coletivo, permanente, em constante mudança, fruto dessa escuta ativa que a gente percebeu que deveria implementar, por conta das décadas de negligência da relação entre fisco e contribuinte”, diz.

Em 2024, a PGFN recuperou o recorde de R$ 61,3 bilhões, com um estoque total da dívida em R$ 3 trilhões. A título de comparação, a recuperação em 2016 foi de R$ 14,5 bilhões, quando o estoque total era de R$ 1,8 trilhão. “A gente passou anos, décadas, maltratando a relação fisco-contribuinte. Romper com essa cultura de desconfiança mútua foi muito desafiador”, diz Grognet.

Fonte: Jota

Veja também

Notícias

Supremo vai julgar lei sobre adicional do ICMS

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai voltar a julgar uma questão polêmica: a instituição de adicional de ICMS sobre serviços essenciais – como o de telecomunicações – para custeio de fundo de combate e erradicação da pobreza. Os ministros vão analisar, por meio do Plenário Virtual, uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ajuizada por entidades do setor de telefonia contra uma lei do Estado da Paraíba. Os ministros já chancelaram leis estaduais sobre o assunto, com base na Emenda Constitucional (EC) […]

11 de fevereiro de 2025

Notícias - Tributos

AGU pede ao STF confirmação de que despesas tributárias compõem base do PIS/Cofins

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou ação perante o Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de obter o reconhecimento de que na base de cálculo do PIS e da Cofins deve ser considerada a receita ou o faturamento das empresas sem a exclusão de despesas incorridas, inclusive as tributárias. O objetivo da ação é solucionar […]

24 de setembro de 2025

Notícias - Tributos

STJ decide pela incidência do IRPJ e da CSLL sobre juros de mora

A 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela incidência do imposto de renda para pessoas jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre os juros de mora recebidos pelo contribuinte decorrentes de títulos de crédito pagos em atraso por seus clientes. O caso foi julgado em bloco e […]

22 de abril de 2025